RJ É O BICHO

O estado do Rio de Janeiro possui mais de 6 mil quilômetros de rede rodoviária e, apesar de ser relativamente pequeno em relação a outros estados do Sudeste como São Paulo e Minas Gerais, possui elevado fluxo de veículos, especialmente em épocas de feriados, apresentando uma frota de 7.239.984 veículos, o que representa a terceira maior frota estadual do Brasil (Ministério das Cidades, 2021). É essencial que as rodovias apresentem segurança para os motoristas e que sua gestão enfoque não somente na mitigação de acidentes por causas naturais e falhas humanas, mas também nos causados pelas interações das estradas com a fauna silvestre.

Ainda são poucos os monitoramentos de fauna silvestre atropelada realizados no estado, que costumam ser desempenhados por grupos de pesquisa independentes; as estratégias de mitigação, quando existem, geralmente são realizadas pelas próprias concessionárias das rodovias ou Unidades de Conservação em que ocorrem os atropelamentos. Neste contexto, o Projeto Bicho na Pista teve o intuito de investir na conservação de biodiversidade do estado do Rio de Janeiro, favorecendo a gestão das Unidades de Conservação, bem como fornecer um panorama dos atropelamentos de fauna silvestre no estado. O conhecimento sobre os atropelamentos de fauna silvestre no ERJ favorece a gestão da conservação de sua biodiversidade, além de fornecer informações importantes para a gestão das Unidades de Conservação, tanto em relação à perda de biodiversidade quanto à presença de espécies exóticas e introduzidas. Estas informações podem ser aproveitadas também na construção ou revisão de Planos de Manejo das UCs.

Os objetivos principais do projeto consistiram em ampliar o monitoramento dos atropelamentos de fauna silvestre do estado do Rio de Janeiro e desenvolver estratégias para a redução desses incidentes. Os seus objetivos específicos foram:

● Efetuar um mapeamento inicial dos atropelamentos no estado do Rio de Janeiro;

● Identificar, a partir do mapeamento, algumas áreas mais propensas ao atropelamento de fauna no estado do Rio de Janeiro;

● Identificar as áreas que ainda carecem de monitoramento no estado do Rio de Janeiro;

● Elaborar material para capacitação dos servidores municipais, com a realização de capacitações para a coleta de dados de atropelamento de fauna silvestre nas vias e UCs do ERJ.

O projeto Bicho na Pista produziu um grande banco de dados do ERJ sobre as espécies silvestres atropeladas, além da realização de um mapeamento que apontou áreas que necessitam de um maior esforço amostral de obtenção de dados e de ações de mitigação. Além disso, foi elaborado um sistema de informação desenvolvidos como ferramentas estratégicas para mitigação dos atropelamentos de fauna.